Pegada de carbono digital: os seus dados afetam o planeta

Sustentabilidade | 19 07 2021

Você sabia que cada e-mail que você envia para alguém, cada pesquisa no Google, cada foto armazenada tem um impacto no meio ambiente?

A verdade é que todas as atividades corriqueiras que realizamos online geram um custo para o planeta devido à energia necessária para armazenar e processar nossos dados em data centers. 

PEGADA DIGITAL 

De acordo com o pesquisador Mike Berners-Lee, da Universidade de Lancaster, em média, um e-mail tem uma pegada de 4 gramas de CO2. Parece pouco, não é? Mas se pararmos para pensar que mais de 4 bilhões de pessoas estão conectadas à Internet, conseguimos chegar a valores assustadores. 

Os data centers, por exemplo, corresponderam à emissão de 130 milhões de toneladas de CO2 em 2019. E o pior: a imensa maioria dos dados processados não têm utilidade. 

A localização desses data centers é um dos fatores determinantes para saber o quanto eles são poluentes. Alguns países podem utilizar energia de fontes renováveis, enquanto outros países podem usar fontes de energia não-limpas, como as termelétricas. 

NAS NUVENS 

Quando armazenamos dados nas nuvens, pressupõe-se que o nosso computador pode estar localizado em qualquer lugar do planeta. Isso significa que um conteúdo pode estar distribuído em diversos servidores ao redor do mundo, que podem utilizar energia limpa ou não-limpa, dependendo de onde estiverem.  

TWEET CONSCIENTE

Algumas grandes empresas já estão de olho na sua pegada digital de carbono e têm tomado medidas para diminuir o seu impacto ambiental. Em setembro de 2020, o Google anunciou que conseguiu eliminar o seu legado de carbono, compensando o que tinha sido emitido na atmosfera até 2007. O Twitter também anunciou o seu objetivo de ser 100% carbono neutro no fornecimento de energia de seus data centers até o ano que vem, o que é uma ótima notícia para os adeptos da rede social que se preocupam com o meio ambiente.

DIGITAL X ANALÓGICO

Apesar de alarmantes, essas informações não significam que você deve deixar de usar a Internet e voltar para o meio analógico. Fazer uma pesquisa em mecanismos de busca na web continua sendo mais sustentável do que pesquisar em livros ou jornais físicos. A pegada de carbono de um livro é de aproximadamente 1kg de CO2e e a de um jornal pode chegar a até 4,1kg de CO2e, enquanto uma busca na barra de pesquisas do Google tem uma pegada de 0,2g de CO2e.

INTERNET SEM CULPA

A verdade é que todas as nossas ações têm algum impacto sobre o meio ambiente. Isso não significa que devemos deixar de usar as tecnologias disponíveis no nosso dia-a-dia, mas que devemos, sim, ter um olhar mais consciente sobre o que fazemos no nosso cotidiano para tentar minimizar esses impactos.

Mais do que apenas deixar de enviar um email ou assistir a algum vídeo engraçado na Internet, é nosso dever ficar de olho no que as empresas têm feito para contornar esse problema como, por exemplo, saber se elas estão utilizando fontes de energia renováveis para armazenar e processar os dados.

Afinal, todos nós queremos usar a Internet sem peso na consciência, não é? 

Fontes:

AESBE – Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento ;

CIO – Dark data será responsável pela emissão de cerca de 6,4 milhões de toneladas de CO2 em 2020 ;

Época Negócios – Como nossos hábitos online podem ser nocivos para o planeta ;

Projeto Colabora – A perigosa pegada de carbono digital

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